terça-feira, 1 de maio de 2012

Desencantar-se...



LUH

Sentimento de estranheza,  estranho é o desencantar-se...
Desencantar-se é perder a energia que você depositava em algo ou alguém, é não ter vontade nenhuma para com, nenhuma curiosidade movida, é criar distâncias. Desencantar-se é não querer mais ter cuidado, é não se importar, é dar um corte na corda que segurava o laço.
É perder a fé. É sentir nada.

Desencantar-se é ver as quimeras perdidas, ilusões estas que nós mesmos depositamos e que na real só poderiam dar certo se fossem uma via de mão dupla...e não eram.
É mudar o foco, deixar pra trás o que perdeu o viço. É dar á outras formas o encantamento.
O movimento é esse e quando nos damos conta disso, é estranho...

Nos desencantamos com as pessoas, com as coisas. Empoderamos o objeto das expectativas, puros artifícios, que nós conseguimos dar conta concluir sozinhos; colocamos as nossas capacidades á mercê e queremos achar culpados: era o autor daquele livro que perdeu a inspiração, era o curso de línguas que era ruim, era a pessoa que não prestava...e tantos outros era.
Somos inventores! Somos cheios de truques. Vivemos de realidade ilusória. Esquecemos que expectativa é probabilidade.

Na verdade nossas expectativas eram nossas, só nossas e o que tem o algo ou alguém haver com isso? Nada...Cada um é responsável por si e pelo que deseja.
O que nos salva ? Os outros encantamentos; restos de ilusão. Pequenas e grandes mortes simbólicas virão, assim como pequenos e grandes encantamentos...Morrendo para dar lugar a algo novo...

O desencanto afinal é encontrar-se - ainda que não se saiba.
Desencantar-se é estar livre...
Reféns de (quase) nada somos.
Debandos permanentes.
E a vida corre.
Contrastes!

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