sábado, 21 de julho de 2007

O ÚLTIMO VÔO

João Almeida

O pássaro de aço
voou bem alto sem bater as asas...
Gavião astuto
carregando no seu bucho
mais de cem...quase duzentos...
Viagem de entrega,
vidas ativas, sonhos,
pequenos e grandes passos...

O pássaro de aço
saíu das alturas,
era hora de pousar...
Mas, seus olhos ficaram embaçados
e do nada perdeu o rumo,
bateu de bico, e se despedaçou.

Os sonhos, o amor, evaporados
consumidos em chamas,
indo sem querer ir.
Ficando a tristeza, a dor
pelo futuro que virou cinzas...

2 comentários:

Anônimo disse...

João, por que o pássaro de aço, tão prendado nos milhares de vôos que já tinha feito, tropeçou em terra do nada, e se espatifou daquele jeito? Por acaso, estaria esse pássaro com o pé doente? teria ele tropeçado nas inconsequências de algum habitante desse chão? Quedo-me a pensar: será crível oh Deus tantas vidas irem-se de uma forma tão atroz, qdo em poucos minutos estariam com certeza, alguns com os seus entes amados, outros a por fim dizer - missão cumprida, e outros tantos pertinho do sonho das suas relizações.
É...nessas horas é melhor que não se busque explicação e para que não se sofra tanto, desculpe oh PAI, mas que seja Vós o culpado, que seja Vós quem os chamou pra Ti

Anônimo disse...

JOÃO,
QUE BOM VC POETIZAR A TRAGÉDIA. NÃO FICA MENOS DOLOROSA, MAS DÁ PARA N´S A SENSAÇÃO DA FINITUDE DOHOMEM E DA SUA IMPERMANÊNCIA.
SE FÔSSE EM OUTRO PAÍS JÁ SERIA UM CASO DE TERRORISMO. AQUI UM CASO DE DESCASO PELA VIDA...
SUA ESCRITA É MUITO PRAZEROSA.
BEIJINHOS