quinta-feira, 13 de junho de 2013

CELULITE

 ROGÉRIO MARQUES

Tenho Tesão em singelas estrias e celulites. Não estou dizendo que tenho preferência por mulheres que as possuam ou que estas são mais ou menos bonitas, mas sim, que ao contemplar uma coxa ou quadril onde elas estejam presentes me percebo imerso em uma série de pensamentos, na medida em que, meu corpo é percorrido por sensações muito interessantes.
Imagino todas as reações químicas extraordinárias oriundas dessa verdadeira guerra de hormônios em ebulição constante que acabam por causar as transformações em seus corpos. Sendo um aficionado por montagens fotográficas e efeitos de photoshop, pode parecer contraditório e/ou paradoxal quando afirmo que Não tenho atração por pessoas “photoshopeadas”. Certo tipo de ilusão não me fascina. Desprezo essa busca desenfreada pelo antinatural resultante do ideal pós-moderno de beleza sem marcas.
Uma mulher real é sim, apaixonante. Sentadas no ônibus com seus fones de ouvido, rabo de cavalo e calça jeans colada. Procurando seus livrinhos de vampiros nas livrarias e shoppings da cidade, com seus óculos, espinhas e maquiagens pretensamente personalizadas.
Passeando rebolando suas bundinhas salientes, tomando guaraná natural ou refrigerante. Usando all-star cano longo, rindo alto e sendo sexys de maneira despojada. Indo para o trabalho com visual executivo prendendo seu salto alto nas pedras portuguesas.
Quando elas caminham apressadamente pelo centro da cidade vislumbro na parte de trás da coxa aquelas singelas... Seriam gordurinhas? Bem discretas. Dando leves tremidinhas. Não há como não gostar da mulher real.
E da casa para o trabalho, do trabalho para casa cruzamos com milhares de deusas mais gostosas que qualquer anoréxica milionária das passarelas e do cinema. E nenhuma mortal de fascínio real acredita quando isso lhe é revelado. Triste sina de todos nós, formiguinhas, de não enxergar coisas óbvias.

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