domingo, 1 de janeiro de 2012

SONETO MANSO COMO UM CARNEIRO AZUL

Jaci Cordeiro


Meu irmãozinho Alberto anda sorrindo
Nas claras ruazinhas de algodão
Do bairro pobre, onde esqueceu, florindo,
Por descuido, quem sabe?, o coração,


Da janela o saúdo. O dia findo
Vem dormir enfadado em minha mão
De carícias de lã. É muito lindo
Ser bom assim, ninguém me diga não.


Troc... Troc... Seus passos na calçada
acordam meu chapéu de tinta gauche.
Retiro o riso da expressão cansada.


O que fazer? Reflito, desolado.
E o Alberto lá vai, talvez não ache
Seu pobre coração desmantelado

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