segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

OUÇO


Manuela Barro

Ouço-te na rouquidão da noite

nos passos lentos do luar.

ninguém diria que te escondes

na luz das folhas

pernoitando nos mastros sem marés.

não há vento,

nem sequer lamento de asas.

quem és?

o princípio e o fim do tempo,

o ressonar do crepúsculo,

água viva em movimento.

tudo adormece à tua sombra

não o azul noite

vigiando a água dura

escorrendo, calma, a meus pés.

 enquanto o silêncio me atura.

 Eu Poético VII

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