OUÇO
Manuela Barro
Ouço-te na rouquidão da noite
nos passos lentos do luar.
ninguém diria que te escondes
na luz das folhas
pernoitando nos mastros sem marés.
não há vento,
nem sequer lamento de asas.
quem és?
o princípio e o fim do tempo,
o ressonar do crepúsculo,
água viva em movimento.
tudo adormece à tua sombra
não o azul noite
vigiando a água dura
escorrendo, calma, a meus pés.
enquanto o silêncio me atura.
Eu Poético VII
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