sexta-feira, 15 de junho de 2012

Sem limites!


2 de junho 2012
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by Téta Barbosa
A moça do vestido amarelo não tinha limites.
- “Quem tem limite é Município”, dizia seguindo o dito popular.
Ela, obviamente, não era Município. Nem louca, apesar de algumas opiniões contrárias.
Tinha 31 vestidos, uma coleção de garrafas vazias, três óculos escuros e nenhum limite.
Libertador, diriam uns.
Constrangedor, comentariam outros.
Amor sem-limite, ideias sem-limite e, o mais grave, falava e escrevia sem-limites.
- Onde já se viu isso? Perguntou a ruiva do oitavo andar.
- Todo mundo tem que ter limites! Avisou o vendedor de churros.
- E estranha que ela é?! Resmungou o porteiro da noite (aquele que tomava conta das estrelas para se certificar de que nenhuma tinha se apagado desde a noite anterior).
Estranha ela era.
Isso não tinha como negar.
Só bebia água natural (porque gelada não tem gosto), não assistia novela e seu hobby era pescar répteis (com vara, anzol e isca viva).
Estranha ou não, limite estava fora de cogitação. Por que? A resposta está nos sinônimos.
Afinal, quem quer demarcar a vontade, ou delimitar o desejo, ou restringir o abraço, ou pior, reservar a convicção?
Você quer?
Ela não!

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