quarta-feira, 27 de junho de 2007

UM ZÉ QUALQUER

E Zé queria um ombro...

sem um

ele também não chorava...

Mas o que fazer

com seu peito cheio

quase transbordando?

Será que seus olhos suportariam ?

E assim, desse jeito

choraria a qualquer hora

sem amparo nem conforto.

E Zé teve que chorar...

num canto meio escondido

ele ainda esperava por um ombro,

por um apoio pelo menos

para metade da sua dor.

E os ombros de Zé

que já suportou temporais,

se encharcando

com as dores dos outros

até esgotar, até cair a última lágrima!

Zé estava só...

Uma vez , um certo dia

estavam juntos, Zé e a tristeza,

e ainda assim

socorreu uma dor

até espantar os gemidos.

Mas Zé teve que chorar

de qualquer jeito...

Ninguém ouviu

a explosão do seu peito,

e Zé chorou de fazer dó.

O9/06/2o07

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