E Zé queria um ombro...
sem um
ele também não chorava...
Mas o que fazer
com seu peito cheio
quase transbordando?
Será que seus olhos suportariam ?
E assim, desse jeito
choraria a qualquer hora
sem amparo nem conforto.
E Zé teve que chorar...
num canto meio escondido
ele ainda esperava por um ombro,
por um apoio pelo menos
para metade da sua dor.
E os ombros de Zé
que já suportou temporais,
se encharcando
com as dores dos outros
até esgotar, até cair a última lágrima!
Zé estava só...
Uma vez , um certo dia
estavam juntos, Zé e a tristeza,
e ainda assim
socorreu uma dor
até espantar os gemidos.
Mas Zé teve que chorar
de qualquer jeito...
Ninguém ouviu
a explosão do seu peito,
e Zé chorou de fazer dó.
O9/06/2o07
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