quinta-feira, 28 de junho de 2007

PROCURANDO

João Almeida


Quando eu era

homem do mar,

Um poeta me disse:

“Não te iludas João!

Terás o barco e a rede.

Terás o sal e a sede.

Terás o azul e o verde.

Só sossego não terás.”

Virei homem do mato;

Numa fonte sacio minha sede,

Balanço as horas

Deitado numa rede;

Só falta sossego chegar.

Tenho tardes silenciosas;

Sombras e flores

Sob um céu espetacular;

O sabor da horta e do pomar,

A mesa farta...

Só falta sossego chegar.

Às vezes acho que o que falta

É o colo de Maria

Mas logo me aquieto

O colo está tão perto,

Mas Maria não me deixa deitar.

Janeiro 2007

Nenhum comentário: