(AD)
Uma amiga trabalha em um brechó de um hospital,
como voluntária.
Certo dia adentrou na loja uma certa
"senhora bastante obesa",
e de cara a minha amiga pensou
que não tinha nada na loja na numeração dela.
Se sentiu apreensiva e constrangida naquela situação,
vendo a senhora percorrer as araras
em busca de algo que minha amiga
sabia que ela não encontraria.
Ficou angustiada, porque não queria
que a senhora se sentisse mal
pelo tamanho das peças de roupas,
se sentindo excluída implícita.
Naquele momento minha amiga orou a Deus
e pediu que lhe desse sabedoria
para conduzir a situação evitando
que a cliente se sentisse excluída
ou humilhada na sua autoestima.
Foi quando o esperado aconteceu.
A senhora se dirigiu à minha amiga
e disse tristinha: - “É... não tem nada grande, não é?”
E a minha amiga,
sem até aquele momento saber o que diria,
simplesmente abriu os braços de uma ponta a outra
e lhe respondeu:
- “Quem disse???
Claro que tem!!
Olha só o tamanho desse abraço!”
E a abraçou com muito carinho.
A senhora então se entregou àquele abraço acolhedor
e deixou-se tomar pelas lágrimas exclamando:
- “Há quanto tempo que ninguém me dava um abraço.”
E chorando,
tal qual uma criança a procura de um colo, lhe disse:
- “Não encontrei o que vim buscar,
mas encontrei muito mais do que procurava".
E naquele momento,
através dos braços calorosos de minha amiga,
Deus afagou a alma daquela criatura,
tão carente de amor e de carinho.
Quantas almas não se encontram
também tão necessitadas de um simples abraço,
de uma palavra de carinho,
de um gesto de amor.
Será que dentro de nós,
se procurarmos no nosso baú,
lá nas prateleiras da nossa alma,
no estoque do nosso coração,
também não acharemos
algo “grande” que sirva para alguém?
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