quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Era um construtor...


João Almeida

Costumava subir o morro e olhar suas obras, admirando-as. Assim passou um bom tempo olhando sua casa, a fumacinha  dançando no espaço, subindo, subindo não se sabe pra onde.
Eu fiz aquela casa!
Crianças dando voltas, pulando, correndo sobre uma grama verde-cana. A esposa no varal ele enxergava uma obra-de-arte, a bandeirola de roupas que ela fazia.
Eu fiz aquela familia!
Desceu feliz pela trilha que ele fez encontrando um sorriso de paz no rosto de  sua Maria e a harmonia nos riso e gritos  dos filhos e acabou por entrar na brincadeira maluca deles até o cansaço chegar. Nunca imaginou subir o morro e não ver os meninos no terreiro nem as bandeirolas de roupas.
O tempo passou.
O construtor não entende, para onde foram os laços que atavam sua família?  se romperam naturalmente. É isso que o tempo faz. Outros não naturalmente, mas cada um para seu canto foi o que aconteceu. E agora ?  somos dois, e as vezes mesmo juntos somos um...até que fosse, se fosse para eu subir o morro devagarzinho para ver Maria  lá de cima apreciando os pássaros, e saber que nunca ela cansará desses momentos,  mas ser um é muito dificil!  reflexões indicam às vezes desiluções, decepções pelo silencio que o tempo nos impõe,  vida nova!     é isso.... depois de certo tempo é da vida o esquecimento nos tempos de hoje, é uma diferença enorme entre os construídos e o construtor . Então o construtor ver demolida sua maior obra, a união construida com o suor do seu amor. Não fosse sua vontade de continuar feliz o que seria ? então a contra gosto passa uma esponja nesse pedaço do passado e tenta fazer do presente o melhor para sua vida.

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