terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Presentes quase impossíveis


Presentes quase impossíveis

- Mãe, se eu te pedir uma coisa, cê me dá?
- Claro, filho, qualquer coisa.
- Qualquer TUDO mesmo?
- Bem...qualquer tudo não é coisa demais, querido?
- Então não pode me dar qualquer coisa...
- Posso... qualquer coisa que esteja ao alcance de uma mãe.
- Tipo assim... cê não pode me dar a lua...
- Posso sim, olha pela janela, a lua tá lá longe, mas eu vejo ela dentro dos seus olhos. Então já é sua.
- Só minha?
- Só sua. Esta com você já. Agora voce é meu menino dos olhos de lua.
- Mesmo, mãe?
- Mesmo mesmo. E tem mais, são duas luas dentro de você. Uma para cada olho.
- Uau! E se eu te pedir mais uma coisa, cê me dá?
- Pede, filho!
- O mar... se eu te pedir o mar...
- Dou sim, espera aí que a mãe já volta com ele -  vai até a cozinha, pega uma pitada de sal joga num copo de água e volta para o quarto trazendo também uma concha marinha.
- Pronto, prove está água. Se você sentir o gosto do sal é porque o mar cabe dentro de você.
- Senti, mãe. Mas não vi o mar dentro de mim.
- Todo sal é água pronta para ser mar outra vez, amor. Agora pegue essa concha e coloque no ouvido...
- Tou ouvindo as ondas, mãe!
- Então significa que o mar está dentro de você.
- Bacana.Sou um menino-mar.
- E agora é hora de dormir. Amanhã te  dou o mundo, se você quiser.
- Não quero mais nada, mãe... Só uma coisa.
- O quê?
- Um beijo da melhor mãe do mundo.
A mãe beijou o filho com ternura, beijo quente com sabor de super-mãe, apagou a luz e o menino dormiu.

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