quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Janela da infância




Janela da infância, janela das lembranças.

(Shirlei Ribeiro)





Quando abro minha janela, sempre me lembro da minha infância, onde eu podia espiar o movimento da rua, dos vizinhos, dos amigos, dos velhos conhecidos, enfim de quem ia e vinha. 

Hoje, na cidade grande, quando o tempo corrido permite é monótono olhar a janela do apartamento, e observar o vai e vem de quem eu não conheço, ou mesmo de quem mora no mesmo prédio na qual nunca fora desenvolvida uma conversa além do oi e bom dia.

As lembranças de infância me faz recordar sobre as histórias, que meu pai me contava do que via pela janela quando era criança. Muitas vezes, até acredito que sejam um pouco, digamos fantasiosas ou exageradas.

Ele contava que morava na beira da praia com seus pais e seis irmãos. Costumava pescar da janela do seu quarto e que em tempo de maré cheia, os siris se escondiam debaixo da cama, então a mãe dele corria com uma vassoura na mão, para defender sua cria do indefeso animal perdido na maré das águas insulanas. 

Lembro-me dele falar que acordava com um boi na janela, mas eu exclamei: -Pai, boi na praia? Assim surge a dúvida sobre a legitimidade de suas histórias.

Retornando as janelas, elas revelam mesmo o passar do tempo. Da época que se viam crianças brincando nas ruas, e agora que se veem pessoas apressadas, vizinhos dentro de suas janelas, outras janelas, ou até mesmo janela alguma. 

Apesar disso ainda acredito existir pessoas do outro lado da janela que devem estar pensando o mesmo que eu: Ah, que saudade da janela da minha infância!



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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

SE EU PUDESSE ESCOLHER...


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Se eu pudesse escolher, seria feliz por, pelo menos, oito horas por dia, todos os dias. Reservaria o tempo restante para viver as pequenas agruras naturais.
Mas seriam leves, porque haveria a certeza de que a cada dia, eu teria a minha cota de felicidade.
Se eu pudesse escolher, reservaria algumas horas todos os dias, para fazer só o que fizesse os outros felizes. Dedicação total.
Se eu pudesse escolher, pararia qualquer coisa que estivesse fazendo às cinco horas da tarde, e me sentaria para assistir ao pôr-do-sol.
Escolheria lugares especiais. Procuraria não me repetir muito. O horário do pôr-do-sol seria algo assim, sagrado. O meu horário para observar Deus.
Se eu pudesse escolher, viveria entre o mar e as montanhas. No meio do caminho. Nem muito longe de um, nem muito longe de outro.
Plantaria flores. Teria vasos na janela. Muitos livros na cabeceira da cama à noite.
Depois do trabalho, porque se eu pudesse escolher, trabalharia sempre, produziria sempre, eu me sentaria para contemplar a noite bordada de estrelas e o luar.
Se eu pudesse, sorriria muito. Mas choraria também, às vezes, para não esquecer o que a lágrima significa. Viver só de sorrisos não é uma boa opção. Faz-nos esquecer de que a dor campeia no mundo e que é companheira quase inseparável de muitas criaturas.
Se eu pudesse escolher, faria uma declaração de amor todos os dias. Uma declaração de amor sem estardalhaço, sem alarde, que afirmasse ao coração eleito que pode contar comigo todos os dias, todas as horas, para todas as crises e as alegrias.
Se eu pudesse escolher, viveria a vida de uma forma mais leve, menos dolorosa, mais intensa, menos angustiante. Se eu pudesse escolher...
 Autor: desconhecido.


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Presentes quase impossíveis


Presentes quase impossíveis

- Mãe, se eu te pedir uma coisa, cê me dá?
- Claro, filho, qualquer coisa.
- Qualquer TUDO mesmo?
- Bem...qualquer tudo não é coisa demais, querido?
- Então não pode me dar qualquer coisa...
- Posso... qualquer coisa que esteja ao alcance de uma mãe.
- Tipo assim... cê não pode me dar a lua...
- Posso sim, olha pela janela, a lua tá lá longe, mas eu vejo ela dentro dos seus olhos. Então já é sua.
- Só minha?
- Só sua. Esta com você já. Agora voce é meu menino dos olhos de lua.
- Mesmo, mãe?
- Mesmo mesmo. E tem mais, são duas luas dentro de você. Uma para cada olho.
- Uau! E se eu te pedir mais uma coisa, cê me dá?
- Pede, filho!
- O mar... se eu te pedir o mar...
- Dou sim, espera aí que a mãe já volta com ele -  vai até a cozinha, pega uma pitada de sal joga num copo de água e volta para o quarto trazendo também uma concha marinha.
- Pronto, prove está água. Se você sentir o gosto do sal é porque o mar cabe dentro de você.
- Senti, mãe. Mas não vi o mar dentro de mim.
- Todo sal é água pronta para ser mar outra vez, amor. Agora pegue essa concha e coloque no ouvido...
- Tou ouvindo as ondas, mãe!
- Então significa que o mar está dentro de você.
- Bacana.Sou um menino-mar.
- E agora é hora de dormir. Amanhã te  dou o mundo, se você quiser.
- Não quero mais nada, mãe... Só uma coisa.
- O quê?
- Um beijo da melhor mãe do mundo.
A mãe beijou o filho com ternura, beijo quente com sabor de super-mãe, apagou a luz e o menino dormiu.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Entrega

Yasmine Lemos



E todas as vezes que não consigo me equilibrar nas encostas, deixo o meu corpo entregue ao vento. De certa forma me desfaço e viro chuva. E molho tudo, até anseios que não pude viver nos jardins perdidos e secos. E será que viro flor? Sim, no meu sonho.