JOÃO ALMEIDA
AI QUE DOR!
NEM PEÇO ANALGÉSICO
PORQUE ESTA DOR NADA PASSA...
DOI, DOI E DOI!
E AS LEMBRANÇAS
EM FORMA DE FERRÃO
FUTUCA SEM A MENOR PIEDADE...
ESCUTO A VOZ DA TRISTEZA A DIZER:
-DÁ-LHE SAUDADE!
ASSIM INVADE MEUS PENSAMENTOS
O CUSCUZEIRO DE BARRO,
O CAFÉ NO CABORÉ.
A GRADE DA PORTA DO QUINTAL,
O CAMINHO PARA BEIRA DO RIO...
OS OLHOS DE MÃE DA JANELA,
VIGILANTES, ESPIANDO,
ATÉ SUA VOZ ORDENAR:
-VENHAM! O TEMPO JÁ ESTÁ FRIO!
COCADAS DE CORTE!
-DESTAS VOCÊS SÓ COMEM AS RASPAS!
AS COCADAS VÃO VIAJAR,
VÃO NO TREM PRA SUA TIA!
AS RASPAS MAIS DOCES DO MUNDO
JÁ ERAM DE PURA ALEGRIA...
A FILA DE POTES
ESPERAVA A NOSSA
E ENCHIA NOSSOS CANECOS
PARA MATAR UMA SEDE GOSTOSA...
AI QUE SAUDADE MÃE!
TANTOS ANOS DE TANTAS ALEGRIAS...
TANTA BONDADE
QUE FAZ A SUA FALTA MAIOR!
BENÇA MÃE! BENÇA MÃE!
-DEUS LHE ABENÇOE MEU ANJO!
MÃE! MÃEEEEEEEEE!
QUE SAUDADE DO SEU CHEIRO!
QUE SAUDADE DO SEU AMOR!
DE TUDO QUE VOCÊ FOI...
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