segunda-feira, 25 de julho de 2011

AFLÁVEL

José Abbade

Na ausência de tranças

Menina ainda dança,

Pula e chapinha na poça?

Mulher, moça, criança

Quem dirá ao certo

O que, de perto, nem ela sabe?

E a ninguém cabe definir.

Pipoca, novena, tabuada ou lingerie

Rótulo não contempla o fundo

Ela, sozinha, ri do mundo

e suas cidades, obviedades

que muitos preferem eternizar

Atos comuns ensaiados

em roteiros já desgastados

pelas hordas do lugar comum.

Mas ela, sutil traquina

Propõe sua nova sina.

Holofote ou lamparina,

O importante é luz.

E, assim, conduz suas linhas

Escrita fina, porém marcante

Que tempo e traça não destrói.

A sóis, luas e ventos

Seu velejar leve, lento

Revela-se em riscos de mar.

Mostrando apenas a menina

Que a cada momento ensina

O que é viver. O que é sonhar.


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