quarta-feira, 7 de novembro de 2007

RURAL

José Inácio Vieira de Melo


Eu vou para roça, ajudar o dia a amanhecer

chamar os bezerros pelos nomes de suas mães

e ver a vacaria apojar

e sentir a chuva de leite em meus olhos.

(...) Eu vou para a roça, começar o dia com um sorriso.

Meu cavalo e eu — Centauro do Sertão —

sairemos campo afora

apascentando a boiada, o milharal, o açude.

E os cajus haverão de destravar as fronteiras

e ouvirei o canto das patativas se estender até Assaré

e me entenderei com as beldroegas

e compreenderei a labuta das formigas (...).

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