domingo, 25 de novembro de 2007
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
VIDA CURTA DEMAIS?
Não sei...
se a vida é curta ou longa demais pra nós,
mas sei que nada do que vivemos tem sentido,
se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não
Seja nem curta, nem longa demais,
Mas que seja intensa, verdadeira, pura...
Enquanto durar...
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
CORAÇÃO-PENSAMENTO
Um baguinho de jaca,
Um jeguinho que empaca,
Um casal de mosquitos no ar
E o coração den'de' mim
Quer parar, disparar
Coisa louca é gostar!
O pensamento não quebra na praia da boca
Não posso falar
E o mar...
Ai, o mar...
Uma nuvem rosada,
Uma palma suada,
Uma planta molhada de pé
É o coração que diz sim
Diz que não, diz assim
Num clarão de luar
E o pensamento não diz
Sou feliz, infeliz
Onde é que isso vai dar?
No mar...
Ai, o mar...
Uma música doce no céu
Travo de féu na minha voz
Canta tudo de você que eu
Cubro com véu prendo com nós
Minha coisa querida,
Meu bem, minha vida,
Meu sonho, meu raio de sol
Desde o dia em que te vi
Bem-te-vi, bem-te-vi
Que só faço sonhar
Meu coração-pensamento
Não dá mais aqui
Não encontra lugar
E o mar...
Nem no mar
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
FRUSTAÇÃO
Outono: essas folhas que tombam na água parada dos tanques e não podem sair viajando pelas correntezas do mundo...
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
RURAL
José Inácio Vieira de Melo
Eu vou para roça, ajudar o dia a amanhecer
chamar os bezerros pelos nomes de suas mães
e ver a vacaria apojar
e sentir a chuva de leite em meus olhos.
(...) Eu vou para a roça, começar o dia com um sorriso.
Meu cavalo e eu — Centauro do Sertão —
sairemos campo afora
apascentando a boiada, o milharal, o açude.
E os cajus haverão de destravar as fronteiras
e ouvirei o canto das patativas se estender até Assaré
e me entenderei com as beldroegas
e compreenderei a labuta das formigas (...).
sábado, 3 de novembro de 2007
BOBAGENS
João Almeida
Outro dia, estava triste...
Então chorei até a barriga doer.
Depois fui andando.
com as pernas,
com os olhos e os pensamentos,
e aí comecei a sorrir.
A sorrir,
em belas gargalhadas
do que me disse
um palhaço invisível
numa anedota bem contada.
Não, não vou lhe contar
Ora, ora, você não riria
como eu
e até poderia ficar sem graça,
você e a piada.
Um palhaço invissivel,
Um velho barbudo,
uma menina andando aos pulos
gente que encontro por aí
andando com meus pensamentos...