João Almeida
Um canto,
uma semente.
Uma gota d´agua!
Mais uma,
mais outra...
Um sinal...
Numa manhã
aquecida
atingida por flechas
atiradas pelo sol
uma planta sem nome
rompe o solo...
Duas noites depois,
folhinhas
espalmadas
de verde bem corado
Se expõem...
Mas isto
é pé de que ?
De esperança!
Desilusão talvez...
Alegria,
tristeza,
sonhos...
Quem sabe pesadelos...
Indefinição,
e a planta
foi crescendo
sem nome...
Dará flores e frutos,
ou só frutos ?
ou só flores?
Se foram dali...
Ficou a planta
crescendo sozinha.
Ficou adulta,
botou flores,
serviu uns frutos lilás
aos passarinhos,
renovou as folhas.
E lá se foi o tempo...
Surgiram num amanhecer
um espanto.. por que?
Ninguém sabe dizer,
a planta mistério
morreu sem batísimo,
sepultada com as sementes,
nada restou.
Mas eram lindas!
as flores em cachos,
vestiam o corpo inteiro
das galhas esguias
pendidas beirando
o chão.
Alegria interrompida,
uma tristeza,
uma saudade
no canto do coração.
As lágrimas gotejando
na incerteza.
Que germinará no meu peito,
Um pé de que?
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