segunda-feira, 13 de agosto de 2007

DÚVIDAS

João Almeida


Um canto,

uma semente.

Uma gota d´agua!

Mais uma,

mais outra...


Um sinal...

Numa manhã

aquecida

atingida por flechas

atiradas pelo sol

uma planta sem nome

rompe o solo...


Duas noites depois,

folhinhas

espalmadas

de verde bem corado

Se expõem...

Mas isto

é pé de que ?


De esperança!

Desilusão talvez...

Alegria,

tristeza,

sonhos...

Quem sabe pesadelos...


Indefinição,

e a planta

foi crescendo

sem nome...

Dará flores e frutos,

ou só frutos ?

ou só flores?


Se foram dali...

Ficou a planta

crescendo sozinha.

Ficou adulta,

botou flores,

serviu uns frutos lilás

aos passarinhos,

renovou as folhas.


E lá se foi o tempo...

Surgiram num amanhecer

um espanto.. por que?

Ninguém sabe dizer,

a planta mistério

morreu sem batísimo,

sepultada com as sementes,

nada restou.


Mas eram lindas!

as flores em cachos,

vestiam o corpo inteiro

das galhas esguias

pendidas beirando

o chão.


Alegria interrompida,

uma tristeza,

uma saudade

no canto do coração.

As lágrimas gotejando

na incerteza.

Que germinará no meu peito,

Um pé de que?

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