quinta-feira, 23 de setembro de 2010

TINO GUERREIRO (QUE MAIS NINGUÉM DA MINHA FAMÍLIA TENHA QUE VOAR ASSIM)

João Almeida
São Paulo, 15 de setembro de 2010
Eu vou contar uma estória de um menino que um dia partiu pra longe, pra muito longe....Em terras estranhas o menino se perdeu e se encontrou várias vezes. A noite ficava num cantinho pensando nessa viagem um pouco maluca que fez, deixando pra trás dois pinguinhos de gente, duas filhinhas muito queridas, pai, mãe, irmãos e seu chão original. Pensava, pensava, até que um dia de madrugada pelo seu pensamento Jesus chegou e conversou com ele, compadecido do clamor do seu coração.
---Filho! Vá ser carpinteiro como meu pai!
O menino respondeu:
----Mas eu não sei nada dessa profissão!
---- Me leve com você que eu te ajudo....
E assim, o menino foi... entrou numa loja e se apresentou. Embaraçado naturalmente , Jesus lhe ajudou dando paciência ao gerente, e assim o menino encontrou como sobreviver. E o menino se renovou, e Jesus não lhe deixou mais... Deu-lhes um bocado de boas companhias, amigos, amigas e principalmente fé. Encontrou ali pertinho parentes e uma convivência feliz.
Mas o menino estava só, com saudades... Aí Jesus lhe deu uma esposa. Ajeitaram uma casinha e se amaram, e se amam...
Aí Jesus achou pouco....e preparou uma menina, uma criança pra eles! Maria Elisa.
Apesar das vitórias, estou testemunhando a rotina deste menino, debruço na varanda da sua casinha e refaço seus passos, volto ao passado e venho correndo para medir as diferenças. À meus outros meninos, irmãos, que completavam a alegria minha e de Maria, dou este testemunho, para que observem a parte rompida do elo, dos laços que nos atam, de um pássaro que bateu asas com uma plumagem e que mudou as “penas” e literalmente a sua identidade...
Virou pra mim um exemplo, mudar em condições tão adversas em vez de descer mais, enquanto outros ex-companheiros, em ambientes sociais elitizados, sem conhecer fome nem sede exibem um perfil ilusório e vão descendo dia a dia as escadas que idiguinidade construiu.
Meu menino sai as pressas, com uma roupinha surrada de acordo sua atividade de simples operário e trabalha duro, e chega em casa sorrindo, agora mais ainda que pode usar novamente a expressão:
PAPAI CHEGOU! PAPAI CHEGOU!
Tudo direitinho na sua casinha...
Principalmente a sua fé em Deus.