João Almeida
São Paulo, 15 de setembro de 2010
Eu vou contar uma estória de um menino que um dia partiu pra longe, pra muito longe....Em terras estranhas o menino se perdeu e se encontrou várias vezes. A noite ficava num cantinho pensando nessa viagem um pouco maluca que fez, deixando pra trás dois pinguinhos de gente, duas filhinhas muito queridas, pai, mãe, irmãos e seu chão original. Pensava, pensava, até que um dia de madrugada pelo seu pensamento Jesus chegou e conversou com ele, compadecido do clamor do seu coração.
---Filho! Vá ser carpinteiro como meu pai!
O menino respondeu:
----Mas eu não sei nada dessa profissão!
---- Me leve com você que eu te ajudo....
E assim, o menino foi... entrou numa loja e se apresentou. Embaraçado naturalmente , Jesus lhe ajudou dando paciência ao gerente, e assim o menino encontrou como sobreviver. E o menino se renovou, e Jesus não lhe deixou mais... Deu-lhes um bocado de boas companhias, amigos, amigas e principalmente fé. Encontrou ali pertinho parentes e uma convivência feliz.
Mas o menino estava só, com saudades... Aí Jesus lhe deu uma esposa. Ajeitaram uma casinha e se amaram, e se amam...
Aí Jesus achou pouco....e preparou uma menina, uma criança pra eles! Maria Elisa.
Apesar das vitórias, estou testemunhando a rotina deste menino, debruço na varanda da sua casinha e refaço seus passos, volto ao passado e venho correndo para medir as diferenças. À meus outros meninos, irmãos, que completavam a alegria minha e de Maria, dou este testemunho, para que observem a parte rompida do elo, dos laços que nos atam, de um pássaro que bateu asas com uma plumagem e que mudou as “penas” e literalmente a sua identidade...
Virou pra mim um exemplo, mudar em condições tão adversas em vez de descer mais, enquanto outros ex-companheiros, em ambientes sociais elitizados, sem conhecer fome nem sede exibem um perfil ilusório e vão descendo dia a dia as escadas que idiguinidade construiu.
Meu menino sai as pressas, com uma roupinha surrada de acordo sua atividade de simples operário e trabalha duro, e chega em casa sorrindo, agora mais ainda que pode usar novamente a expressão:
PAPAI CHEGOU! PAPAI CHEGOU!
Tudo direitinho na sua casinha...
Principalmente a sua fé em Deus.