quinta-feira, 4 de março de 2010

COISAS DA VIDA,MINHA NÊGA...

João Almeida

EU TINHA UMA CASA QUE NUNCA ESTEVE DE PORTAS FECHADAS...
NO MURO DA MINHA CASA NÃO TINHA CACO DE VIDRO...
NA MINHA CASA PERNOITOU VIAJANTES...
E QUANDO DE VOLTA DE VIAGENS PERDIDAS
SE ATIRARAM PELOS CANTOS DAS MINHAS NOITES
E CRUZARAM O CORREDOR DA MINHA PACIENCIA
QUANDO EU ACHAVA QUE JÁ O HAVIA PERDIDO.
ENTRARAM TANTOS , TANTO NA MINHA CASA ,
COMO NO MEU CORAÇÃO...
SAIRAM PELA MANHÃ SEM UM ATÉ LOGO,
DEIXANDO ALGUNS PACOTINHOS DE INGRATIDÃO...
MESMO ASSIM AINDA SENTI SAUDADES....
MESMO ASSIM AINDA SINTO SAUDADES
POR NADA TER SIDO COMO NA MINHA IMAGINAÇÃO.
VOEI
E NA VOLTA NÃO ACHEI MAIS O MEU NINHO...
VOEI ATOA, ATOA,
ATÉ NÃO PUDER MAIS...
ENTÃO POUSEI...SOB OS OLHOS ARREGALADOS
INDICANDO A MINHA ROTA DE VOLTA
ANTES DE ATÉ MESMO TER DESCANSADO.

“A Casa, que nunca fechou suas portas,
Era um sonho,
Era um recanto...
Mas hoje não se sente mais
O cheiro forte de café,
Nem do feijão safado...”.