sexta-feira, 31 de maio de 2013

Alegria!

Lu Nogfer

Às vezes a gente amanhece
Com a alegria brotando nos olhos
Ela acorda a gente fazendo cócegas
 No corpo, no coração e na alma
Se o sol nasce a gente contempla
Se a chuva cai a gente agradece
Se o céu amanhece nublado
A gente  exclama contente:
-Que tempo bom!
Nem frio, nem quente!
Hoje, pulei da cama com essa alegria toda!
Usando vermelho na pele e nos cabelos, flores
Ah! Que alegria moleca e escandalosa
Que salta com a menina dos olhos
Como a criança que ganha um bombom
Como o menino que da o primeiro beijo
Como  a menina que ganha o primeiro soutien
Que alegria danada de boa esta!
Que enche de brilho a esperança
Enquanto os meus sentidos fazem festa

"Reflexos"


 (Lu Nogfer)


O sol foi coberto pelas turvas nuvens, o tempo fechou de repente e já não parecia dia.
A claridade dos relâmpagos entrava pela vidraça acendendo aquela mente um tanto fértil  e escurecendo ainda mais aquele momento frio e confuso.

A chuva começou a cair em tons tempestuosos e assustadores. E ela ali, coberta tal qual o céu e os espelhos.

Um vácuo invadira o seu estado natural. A tarde veio, anoiteceu e ela adormeceu ...

Pela manha, cumpria-se a frase clichê: "Depois da tempestade vem a bonança"
Um arco íris em seu rosto anunciava dias de sol. Já podia novamente olhar-se nos espelhos.

Olhou pela janela e nem sequer havia vestígio de chuva. Fora apenas reflexos dentro de si, devaneio da alma, frívolos da mente, indagações, assombrações...
A tempestade passou, enfim.

Há coisas que não existem a não ser por dentro...
Basta a paciência de organizar os pensamentos para domar os fantasmas.
Basta perceber que tudo não passa de fantasias.
Basta adormecer o temporal para que um novo dia brilhe.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

CONTA CORRENTE

CHICO XAVIER
A gente pode morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, numa cidade mais ou menos, e até ter um governo mais ou menos. 

A gente pode dormir numa cama mais ou menos, comer um feijão mais ou menos, ter um transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.

A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos...

TUDO BEM!

O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum...
é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos.

Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos.


Chico Xavier.

Este texto é bem conhecido, talvez você já conheça, mas acho tão belo e importante de ser meditado e levado a sério em tempos de correria, falta de tempo e de comunicação verdadeira. 
A gente fica no face mas não conversa com o vizinho, não senta no banco da praça. 
A foto para o face ou o filme para o youtube não podem substituir o momento sublime de um por-de-sol  no meu Rio Guaíba. 
Luto para não ser uma pessoa mais ou menos, para fazer a diferença e deixar a minha marca na vida das pessoas que amo, e modestamente se puder, ajudar os que padecem dos mesmos males do que eu neste compartilhamento de experiências.
Luto para não ser tragada pela mediocridade que infelizmente atingiu os tempos modernos, com a massificação das pessoas pela mídia que ordena desde o que vestir até o comportamento social. 
Para não ser uma pessoa mais ou menos, você deve olhar para si e buscar na tua essência a tua verdade. É ela que vai te guiar pela vida, e é com ela que você vai trilhar o teu caminho, que é único, pessoal e intransferível. 
O preço a pagar por não seguir à risca as regras sociais efêmeras é alto, mas vale a  pena. Lá pelas tantas você olha seu passado e pensa: esta é a minha vida, e eu a construí com a minhas forças e meu sacrifício. 

sexta-feira, 24 de maio de 2013

COISAS DA VIDA



João Almeida

Acompanhando minha nora Jarli a um hospital para tratamento de câncer exclusivamente feminino, pude observar sofrimentos que tornava aquele ambiente ponto para reflexão em meio a resultados positivos, vitórias de umas e lutas penosas de outras . Por três meses fui acompanhante, voltei para Bahia e um ano se passou a cirurgia foi marcada e imediatamente programamos a minha vinda para dá apoio à família do meu filho, hora a caminho do hospital, noutras no caminho da creche da minha neta. No dia da cirurgia chegamos antes do retorno de Jarli para o quarto, uma enfermaria de duas camas , assim observei a chegada de mais uma paciente à caminho de uma cirurgia, uma figura franzina e muito simples , chegou só, se acomodou no leito e ficou a olhar para o teto com ar de tristeza. Quando minha nora chegou, meu filho era todo amor, esbanjava zelo, Mariazinha sem entender nada se conformou com nossa explicação de que mamãe estava dodói, e jogou beijos, eu me inclinei e beijei a sua cabeça, quando me virei em direção da paciente vizinha observei que ela olhava para nós e chorava, aquelas lágrimas me tocaram profundamente e sem pensar duas vezes fui à beira da sua cama, procurei o que dizer e disse o que foi possível para anima-la, se consegui não sei, mas fiquei satisfeito com um sorriso misturado com lágrimas como resposta. Não fui ao hospital no dia da alta de Jarli e em casa perguntei por aquela pessoa, e ouvi que as duas conversaram muito e que aquela mulher foi criada sem os pais, vivia uma vida muito difícil e por isso aquela solidão doía tanto. Certamente saiu só do hospital e espero que vitoriosa, mas aquele rosto triste derramando lágrimas eu nunca mais esquecerei.

É A SAUDADE !

Estou feliz cumprindo minha missão em Sampa, bom ver minha nora se recuperando bem e com a auto estima lá em cima, apesar das dificuldades atléticas que gostoso curtir Mariazinha e quanto é compensador para um pai ver um filho guerreando (trabalhando duro) para suprir as necessidades da sua familia. Vou estar aqui até a data prevista me esforçando para ser útil no que for possível, mas acreditem: Que saudade de Maria !!! Ah! as minhas chuvinhas de junho, o cheiro no ar de preguiça e o balanço manhoso da minha rede. Ah! o friozinho "metido a besta " e que nada se parece com o rigor da temperatura baixa daqui. E o verde exuberante do roçado de milho dos meus vizinhos, este ano não semeei mas nem por isso vou deixar de comer canjica, Ah! as minhas fogueiras de todos os dias, lenhas bobas que se consomem testemunhando as conversas minha e de Lidú. Ah! Maria com seu casaco listrado de todos e muitos anos saboreando um bolo melado de "Sinhá Barbina". Meu licor de genipapo, minhas laranjas doces no tom do mel, conversas com Tonho e Bia e meus amigos do mato.
SAUDADE BOA É ISSO AÍ !

OS OLHOS DO MEU DEUS

...João Almeida
Foto: Deus está me olhando por entre as núvens !!!
Ontem ele desceu e foi comigo e Jarli até o hospital e nos trouxe de volta !
Lá no mato ele desce pra nosso encontro sob as árvores de qualquer nome. Eu não o vejo ! eu sinto !  Eu o abraço nos abraços que dou nos troncos ! Ele segue na frente pelo caminho estreito que dá no meu quintal, eu sinto seus passos. Deus até senta na minha mesa! só pode  ! para justificar  tanta harmonia e tanta alegria que sentimos. Eu sei que é difícil viver entre tantas coisas fora de ordem, mas eu confio em Deus !
João Almeida

Deus está me olhando por entre as núvens !!!
Ontem ele desceu e foi comigo e Jarli até o hospital e nos trouxe de volta !
Lá no mato ele desce pra nosso encontro sob as árvores de qualquer nome. Eu não o vejo ! eu sinto ! Eu o abraço nos abraços que dou nos troncos ! Ele segue na frente pelo caminho estreito que dá no meu quintal, eu sinto seus passos. Deus até senta na minha mesa! só pode ! para justificar tanta harmonia e tanta alegria que sentimos. Eu sei que é difícil viver entre tantas coisas fora de ordem, mas eu confio em Deus !

sexta-feira, 17 de maio de 2013

DOS REQUICIOS

exta-feira, 17 de maio de 2013


Dos resquícios



`Milagres não ocorrem em contradição
com a natureza; mas somente 
em contradição com o que 
conhecemos da natureza´
Santo Agostinho


(..) os dias eram compartilhados, as tardes de verão vibravam em longos silêncios de sol tórrido e o pôr-do-sol era uma explosão de sonoras cigarras a gritarem exaustivamente ao meio da ligação. o verão era uma dança constante entre chuva e sol. e, antes de chover, sentiam e descreviam aquele aroma intenso da terra - uma mornidão que a terra exala a nos juntar-...  dos meus dias nos vestígios da praça fotografada, de quando o céu tinha aquele azul verdadeiro e único, havia toda uma antecipação alegre e festiva antes da chuva acontecer.          chuva e sol .           por vezes, temos de aceitar que duas coisas opostas têm de existir para a vida fazer sentido.