terça-feira, 31 de julho de 2007

PENSANDO

João Almeida

Passando parado
pelo tempo lá adiante,
o tempo passando
e eu parado ficando!

Brotou sem semente,
ou semearam por mim,
enquanto virei as costas
para o tempo passando.

O sol apagado, pálido!
Um temporal desconhecido
passou encharcando o dia,
desabrigado, exposto...

Um silêncio em tudo e em todos...
A vontade sob os pés,
a necessidade batendo asas
contra o vento contra o tempo.

A liberdade vez por outra
ensaia entrar no palco,
pisar na areia, se enlamear...
Colher uns e esperar por tantos frutos...

E eu parado pensando ...
o que fazer com tantos sonhos ...
o tempo vai me levando
nesta vontade de ficar... feliz!

sábado, 28 de julho de 2007

Ainda estou no "mundo da lua" e hoje senti uma saudade danada dos meus amigos, então...CANÇÃO DA AMÉRICA


(Milton Nascimento)

Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de 7 chaves,
Dentro do coração,
assim falava a canção que na América ouvi,
mas quem cantava chorou ao ver o seu amigo partir,
mas quem ficou, no pensamento voou,
o seu canto que o outro lembrou
E quem voou no pensamento ficou,
uma lembrança que o outro cantou.
Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito,
mesmo que o tempo e a distância digam não,
mesmo esquecendo a canção.
O que importa é ouvir a voz que vem do coração.
Seja o que vier,
venha o que vier
Qualquer dia amigo eu volto pra te encontrar
Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Minha cabeça anda tonta e esqueci minha sacola, enquanto não me aprumo deixo aquí esta pérola: TOCANDO EM FRENTE


(Autores: Almir Sater e Renato Teixeira

Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe 
Eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Eu nada sei

Conhecer as manhas e as manhãs, 
o sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar, 
é preciso paz pra poder sorrir
É preciso chuva para florir

Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou

 Conhecer as manhas e as manhãs, 
o sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar, 
é preciso paz pra poder sorrir
É preciso  a chuva para florir

Todo mundo ama um dia, todo mundo chora
Um dia a gente chega, no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
E cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz

 Conhecer as manhas e as manhãs, 
o sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar, 
é preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir

Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história
E cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz...

sábado, 21 de julho de 2007

O ÚLTIMO VÔO

João Almeida

O pássaro de aço
voou bem alto sem bater as asas...
Gavião astuto
carregando no seu bucho
mais de cem...quase duzentos...
Viagem de entrega,
vidas ativas, sonhos,
pequenos e grandes passos...

O pássaro de aço
saíu das alturas,
era hora de pousar...
Mas, seus olhos ficaram embaçados
e do nada perdeu o rumo,
bateu de bico, e se despedaçou.

Os sonhos, o amor, evaporados
consumidos em chamas,
indo sem querer ir.
Ficando a tristeza, a dor
pelo futuro que virou cinzas...

segunda-feira, 16 de julho de 2007

EU ESTAVA SÓ

João Almeida

Às vezes a minha vida se intromete como personagem nos versos de Argita Maria em "DO SAL DO PRIMEIRO MAR" quando a vontade de acabar com uma solidão prende a respiração e só a cabeça parece desmaiar.

"Sinto quando chegas
porque escorrem areias
da ampulheta de tuas mãos
e parece o própio tempo
semeando eternidades..."

A solidão me assusta porque Maria pode estar na mesma situação. É como chegar atrazado no cais enquanto um já embarcado parte sem querer ir sozinho.

sábado, 14 de julho de 2007

EXPLICANDO

João Almeida


Estou publicando minhas poesias à medida que vou remexendo minha sacola, de modo que as que falam de tristezas, melancolias e ets. são coisas mais ou menos passadas. O poeta do momento é mais otimista pois filosofando compreendeu que não adianta querer uma felicidade irreal, se não dá para ser desse jeito que seja de outro jeito... Estou disponível para ajudar a quem quiser ser feliz, mas agendando sempre um encontro com a pessoa mais importante do mundo...EU! Já pedi perdão por erros que nem sei se cometi, mas por via das dúvidas...Me considero zerado mas já preparo uma nova lista ou quem sabe faça aqui em letras “garrafais” o meu próximo pedido de perdão e de gratidão às pessoas que amo.

Me permitam sugerir uma visita ao meu poema COERÊNCIA. É só clicar aí ao lado.

DOR NA ALMA

João Almeida



FORAM TANTOS OS CUIDADOS,

OS OLHOS ESTAVAM ATENTOS,

MAS COCHILARAM

VENCIDOS PELO CANSAÇO

E A IMPOSIÇÃO DOS NOVOS TEMPOS...


DA JANELA NÃO DÁ PARA VER

A MINHA TRISTEZA...

TALVEZ NEM PASSANDO DA PORTA.

O QUE EU QUERIA,

EU E MARIA

É QUE VOCÊS NUNCA SOFRESSEM

DA DOR DA GENTE....

segunda-feira, 9 de julho de 2007

A VOLTA

João Almeida


E as meninas pegaram o caminho de volta, agora vão se "aquetar." A vida é mesmo um caso sério, quando alguma coisa fica fora de ordem, são tantas as consequências... Acho que preciso deitar na cama de um analista , preciso de ajuda para assimilar o que me disse dona filosofia, que a vida é assim, devemos aceitar os tropeços, mas e a saudade? Sentimento perverso. Os netos deveriam visitar os avós nas férias e no máximo uma semana, mas Carol e Júlia foram morar lá, por seis meses...Lá no Recanto Verde regularmente acordo as cinco horas e começo a cuidar das coisas, mas nesses periódo, era obrigado a ficar perto de casa aguardando Paquita chegar com o leite, pois Jú regularmente por volta das seis acordava e corria pra cozinha reclamando pelo mingáu. Carol, ao contrário, se não fosse acordada levantava na hora do almoço. Às dez as duas pegavam o caminho da banca, sempre eu segurava o queixo observando duas crianças urbanas caminhando pela estrada de chão e irregular como tantas nos caminhos do interior.

De volta da banca vinham em disparada para o pé de sibipiruna, brincar no balanço, até a avó da o sinal da hora do banho. As onze e meia eu descalçava as botas e ia sentar na sala, assistir um pouquinho de tv . Na verdade, onze e meia é o horário do almoço meu e de Quinha, mas com a presença das netas o horário tornou-se flexível. Quando Balbina colocava o primeiro prato Júlia corria para sala e exigia que eu fosse para mesa. Carol sentava ao lado da avó e Jú no lado oposto. A primeira manifestação era pela escolha do suco, sempre duas opções e quem comia a comidinha toda ganhava palmas. Mais ou menos ao meio dia chegava Vanessa, a colaboradora contratada para levar as duas para a escolinha na cidade no ônibus da prefeitura. Da sala eu observava as duas caminhando, arrastando as sacolas . Ali eu ficava com minhas preocupações, pelas condições da estrada , pelas condições do transporte, pelo tempo se era dia de chuva. Algumas vezes o ônibus velho quebrou e eu fui em socorro, lotando o carro com Carol, Júlia e quantos coubessem . Quando escurecia, lá para seis horas eu e Quinha ficávamos inquietos até aparecer lá no início do caminho as duas figurinhas, saltitando, correndo. Que alívio! O jantar era servido, e no tempo de mangas Carol não dispensava saborear uma ou duas lá pras oito horas. Mais ou menos nesse horário Júlia ia ao encontro da avó que estrategicamente já lhe esperava sentada na rede. Não demorava muito e meu anjo adormecia. Carol saía da sala depois do Jornal Nacional, proibida de ver a novela das oito ia para o quarto com Paquita e às vezes também com Alice (assim como Paquita uma das auxiliares meio filha de Quinha) contar e ouvir estórias. Às vezes um silêncio se instalava no quarto, era sinal que as três haviam adormecido. A rotina de Carol e Júlia no sítio era um previlégio, me lembro agora do velho Junot de Oliveira quando disse:

“...saiam do concreto e vão para o mato, porque lá vão encontrar muitas respostas. O que me entristece na vida urbana é que a pessoa, o jovem se afasta do sagrado, cai no consumo e não tem saída...

.....O asfalto, o concreto, isso impede o ser humano, bicho-homem, de receber determinadas emanações que vem das arvores, de mato e canto de passarinho...,

Sempre um ou mais tipos de frutas, leite do peito da vaca para mesa , ar puro, flores, pássaros e os macaquinhos (micos) que elas gostavam tanto de observar. Alimentar as galinhas, recolher os ovos, correr, subir em árvores. Um fato engraçado aconteceu. Vinha chegando em casa e ouvi Carol chorando, ouvia mas não via. Primeiro perguntei o motivo do choro, a avó tinha lhe dado uma palmadinha pelo seu ataque desproporcional a minha acessora Júlia. Sim... mas cadê Carol? Estava lá, chorando sentada numa galha do pé de umbu-cajá. Vai ser difícil esquecer o entre e sai pela cozinha e as chegadas de surpresa da avó na roça usando sempre a mesma expressão:

Quem mandou você cativar? Júlia quer lhe ver.

Lá ia eu largar o que fazer para carregar Júlia, manhosa, ficava com os bracinhos pra cima até eu pegar.

As meninas foram embora! Mas antes de sofrer com a saudade vem o consolo.

As meninas voltaram para os braços da mãe!

TUDO PASSA...







CAROL E JÚLIA,


TUDO PASSA...

João Almeida

Certa vez li uma estória de um rei que passava por certas atribulações e então chamou seus sábios para encontrar uma saída para todas as suas preocupações. Os sábios lhe deram uma caixinha fechada, disseram que quando se sentisse numa situação sem saída ele encontraria a solução naquela caixinha. E assim num dia de desespero achou que era a hora e abriu a caixinha. Lá estava escrito: ATÉ ISSO PASSA!.

Imagino o que é sofrer e ao mesmo tempo acreditar e ter força para esperar que tudo passe. No momento gostaria de dar duas caixinhas dessas as minhas netinhas Carol e Júlia, e dentro de cada uma a frase: TUDO ISSO VAI PASSAR, escrita com o meu amor, deixando minha tristeza escondida para que suas inocências não vejam.

Precocemente minhas meninas vem experimentando "ritos de passagem". A expressão "rito de passagem” tem origem na ciência da magia, da força do Cosmos, não a cito por ter envolvimento com tal ciência, mas por achar pertinente; ritos de passagem não acontecem às vezes na hora certa.

Carol e Júlia já arrumaram as malas várias vezes, não por estarem de férias, mas por serem obrigadas a viajar. As fichinhas não cairão por enquanto, mas as marcas são impossíveis não serem notadas. Sem as costelas da mãe, Júlia já se encostou nas costelinhas de Carol, quando então, avós que somos, partimos para a defesa armados até os dentes, de guarda! oferecendo proteção, amor...... amenizando as situações adversas.

Tudo vai passar Carol!

Tudo vai passar Ju!

O caminho da roça, a lama da estrada, a viagem no buzú, a escolinha feliz! Tudo passará! ficará na lembrança as mãos de Vanessa, a mulher magrinha, aparentemente tão frágil, que as conduzem para escola - por coincidência homônima da mãe biológica - mas que consegue colocar as duas no mesmo colo.

Impressionante o apego das duas a tanta gente que lhes abrem os braços.

Tudo vai passar. Jeddah vai entender que quem ama cuida, vai aprender que a vida começa no instante que se concebe. - Era vida sim, criatura, não uma uma coisinha “pequetita” que poder-se-ia expelir como se fosse um corpo estranho dentro de um útero, quando você, cinco anos depois, tornou a repetir diante da "COISINHA PEQUETITA" !!!!!!!!!!!

TUDO VAI PASSAR MEUS AMORES!

Vovô João

Comentário:

Pai, o Sr.está se perdendo, foi o texto mais belo que já li, talvez seja isso que falte aos mestres graduados em letras,aos grandes poetas,aos grandes escritores, escrever com coração; me arriscaria até a dizer que estes utilizam apenas técnicas e acaba por perder a essência,que nada mais é,"escrever com coração". Eu agora me refugio a pensar que neste momento o Sr. estava em profundo desabafo, mas ao mesmo tempo alívio em saber que Deus te dera saúde para suportar todas as barras da vida, até mesmo ter de cuidar das netinhas. Eu tenho toda certeza do mundo que isso é obra de Deus, pois certamente as minhas sobrinhas herdarão o caráter, o amor para com os outros, a paciência, a compaixão, a inteligência, a sabedoria e a serenidade do avô, estas também herdarão, a garra, o amor incondicional, a alegria, o caráter, a educação, o desprendimento e o amor para com o próximo da avó.

Será que isso não tem a mão de Deus? O que seria das meninas sem vocês? Mas tudo tem um tempo, tem um limite, e eu começo a perceber que os limites de vocês chegaram.

Mas tenha paciência meu velho porque, "Tudo passará" e eu tenho a plena certeza disso, porque só é feliz quem se dispõe a fazer os outros felizes.

Tenha um bom dia!

Te Amo!!!!!!!

Obs.: Obrigado por mais um aprendizado: "tudo passará" agora me sinto melhor com a minha nova caixinha e jamais me esquecerei deste e-mail.

JOTA

domingo, 8 de julho de 2007

MOMENTOS DE SOLIDÃO

João Almeida

O sol e a brisa eram os mesmos de um dia de novembro de um mil novecentos e não sei quanto!...A sensação de tantos dias serenos, iguais ‘aquele, os que foram passando, e o meu presente nunca me ofereceram. Agora, sem que eu possa avaliar por que, pela janela do meu quarto de cidade, entram os dois, o sol morno e a brisa fresca e me fazem uma visita. Onde estiveram ? por que tamanha ausência! Por acaso estiveram perdidos num deserto? Mergulharam no oceano ? Não me consta que uma nuvem espessa se postou entre o céu e a terra abafando tudo por décadas inteiras.
Que saudade de vocês !

(Trecho do livro Enquanto Colhia Amoras)

quarta-feira, 4 de julho de 2007

O HOMEM QUE SE TRANSFORMOU EM ÁRVORE

João Almeida

"Botões pipocam por todos os galhos, amanhecem abrindo-se em flores de todas as cores e exalando exatamente o seu perfume preferido quando é gente. Entre suas folhas, pássaros de plumagens bem variadas, borboletas diversas, até uma certa borboleta azul. Se acha , ou melhor, pensa ser a árvore mais linda e importante do mundo.

É manhã ainda fria quando chega à sua sombra uma mulher. Chega e fica mas não olha para cima, e assim não vê as flores se transformando em frutos. Os dias passam e ela não vê os frutos de verdade, verdes, amadurecendo e os maduros. Não percebe nem mesmo os que caem ao seu redor, não se interessa por seu sabor. Logo são tantos, num imenso disperdicio da polpa da felicidade. A árvore não desiste, continua cheia de flores e frutos à disposição do amor. Numa madrugada uma menina juntou-se à ela. Se interessa por seus frutos, pegou uns três, mas a mulher não deixou que levasse à boca. E assim ficaram as duas, a primeira sem se interessar, e a segunda querendo experimentar, mas como frutos proibidos apenas olhava, e com o tempo, tanto fazia aquela árvore dá ou não dá frutos. Numa bela tarde, apareceu um menino e ao descobrir a árvore com pássaros felizes entre as folhas, retirou do pescoço um estilingue, do bolso pedras, começando um ataque, espantando-os. Primeiro voaram os azuis, depois os alaranjados, em seguida os verdes, os amarelos. Voaram numa só direção, formando no céu um arco-iris de asas. As estilingadas derrubaram botões, flores e frutos, e só quando um caiu na cabeça da primeira mulher, o menino parou.

-----Que pertubação ! berrou a mulher, arremessando o fruto inocente contra o garoto.

Jonas, quer dizer, a árvore germinada no seu pensamento, não se desesperou, o tempo foi passando e o menino ficou por perto, mas só usava sua arma contra outras arvores, de modo que ela se refez em frutos, com a polpa da felicidade ainda mais doce. Aí, num dia um pouco nublado, apareceu outra menina, na verdade uma mocinha. Chegou saltitando, segurando a saia levantada até o joelho, com um sorriso de quem buscava exatamente uma sombra como aquela. Foi se aproximando e se jogou como se tivesse cruzado a linha de chegada de uma maratona. Um fruto recém caído ao alcance das suas mãos, a interferência da primeira mulher.

----Não coma!

----Por que ? não são seus!

----Não gosto destes frutos!

----Voce não gosta do sabor da felicidade ? problema seu!

A arvore entre triste e conformada, não entendia a rejeição aos frutos, frutos da harmonia, era tudo muito estúpido. Gostaria de adotar a todos que se estabelecesse sob sua copa, não se sentia nem vencida nem domada, portanto continuaria produzindo sua proposta de amor, em forma de flores e frutos.

Numa manhã, a primeira mulher despertou cutucada pelos raios do sol, e como se alguém o guiasse, foi para um pequeno morro, encontrando um rapazinho, na verdade esperado. Este estendeu um bouquet de flores brancas, vivas, parecendo estar plantadas na sua mão. Um sorriso iluminado, uma alegria meia embaraçada, detalhe suficiente para se entender que aquela pessoa lhe fazia bem. Sob a árvore o encontro com os outros, até o garoto do estilingue chegou correndo para participar. Uma mudança interessante estava acontecendo, a árvore nunca tinha exibido com tanto orgulho suas flores e seus frutos, e para os seus galhos retornaram todos os pássaros. Assim... aconteceu o primeiro grande dia da harmonia. Na manhã seguinte, os pássaros da árvore despertou a todos , levantaram-se e de mãos dadas saíram debaixo da grande copa, deparando-se com um corredor, comprido, formado por paredes de neblina, que de tão longo se afunilava até a figura de um garoto, que como que esperasse ser percebido, começou a caminhar. Atrás de si a neblina se dissipava, e por fim chegou aos braços da árvore, se emocionando com tanta oferta de felicidade. A primeira mulher eufórica queria esquecer do tempo perdido, e assim todos celebravam, se fartavam, no segundo grande dia da harmonia.

Mas...

Como seria o terceiro dia, os meses, os anos de harmonia ? quem sabe... , o trem do pensamento sai dali, Jonas tinha passagem marcada para a realidade.

Trecho do livro, Enquanto Colhia Amoras.

REENCONTRO (EU E SÍTIO DO MEIO)

João Almeida


Você está tão diferente!

Você não era assim...

A gente sente!

Quem viveu, caminhou por suas ruas,

desertas na escuridão

repletas nas noites de lua,

O amor debruçado nas janelas ...

Você era assim...

Uma paz difícil de se ver...

assim era você meu Vale!

Mas assim não vale...

Hoje iluminado,

ninguém liga mais para o céu,

de onde veio esse povo

estressado ?

abelhas que não fazem mel.

Ah! Dona Maria, seu José..

Cumpadre fulano, amigo sicrano,

Seu Dédé.

Nome por nome na minha memória,

O trem apitando

partindo e levando a minha estória...

Não conto nem a metade

de tudo que me dá saudade!

Ah! meu vale, assim não vale...

Águas sugadas

das suas entranhas,

nas águas do rio

ninguém mais se banha,

mergulham entre a bagaceira,

não se limpam

agregam mais sujeiras.

Ah! meu vale!

mas muito vale esse espaço isolado,

de onde vivo meu presente

lembrando o meu passado...

terça-feira, 3 de julho de 2007

19 de fevereiro de 2007

João Almeida


Se eu pudesse...
pedia para o tiê,
o sanhaço o zabelê,
o cardeal ,
todo pessoal de asas,
pra vir cantar pra você.

E se eu tivesse asas?
iria colher flores
aquelas do seu jardim,
nada mais justo, enfim,
és a razão das suas cores.

Mas tudo bem!
eu estou aqui
te querendo o mesmo bem,
te amando!
Meu amor, Parabéns!